Produtora: RockStar San Diego Distribuidora: RockStar Games
Gênero: Ação/Aventura Plataformas: PlayStation 3 e Xbox 360
A RockStar é um dos estúdios da indústria de games de maior sucesso na última década. Sucesso que cresceu junto a sua maior franquia e financiadora, Grand Theft Auto. E junto a GTA, a empresa desenvolveu e tem direitos sobre diversas outras franquias de sucesso como Max Payne, Midnight Club, Manhunt e Bully.
Junto a estes grandes nomes, outro jogo que é pouco lembrado mas fez sucesso é o jogo Red Dead Revolver, do qual Red Dead Redemption é o sucessor “espiritual”. Red Dead Revolver foi lançado em 2004 para o PlayStation 2 e Xbox, vendendo 1.5 milhões de cópias e alcançando um tímido Metacritic 74. Como sempre fez com suas franquias, a RockStar San Diego e a North resolveram juntar suas forças para trazer Red Dead de volta em grande estilo, fortemente influenciado por GTA e prometendo um jogo completo em todas as esferas, do design a jogabilidade, do multiplayer ao enredo.
Red Dead Redemption foi anunciado em 2005 pela revista Game Informer, a mesma que recentemente mostrou os primeiros detalhes de Gears of War 3. De 2005 a 2009, a equipe de desenvolvimento da RockStar trabalhou fortemente na engine RAGE, a mesma utilizada em GTA IV, e aperfeiçoando-a puseram a dedicar um único time à produção de Red Dead Redemption; enquanto GTA IV não era finalizado. O time trabalhou nos conceitos, escreveu o enredo e definiu a personalidade do jogo, aguardando o lançamento triunfal de Grand Theft Auto.
Red Dead Redemption foi levado aos olhos do público somente quatro anos após o começo da produção, com um trailer no dia 3 de Fevereiro de 2009. A imprensa e os gamers se agitaram, e perceberam que estava nascendo um novo clássico da RockStar. Red Dead Redemption parecia tudo aquilo que Grand Theft Auto foi, mas em cima de um cavalo, com um laço na cintura e um revólver de tambor na mão.
De Fevereiro de 2009 até a data de lançamento do jogo no dia 18 de Maio de 2010, a RockStar revelou imagens, vídeos e muitas informações que excitaram o público com tanto esmero e opções que Red Dead Redemption (RDR) ofeceria. Era um jogo em mundo aberto no real sentido da palavra, talvez ainda melhor e mais completo que o carro-chefe da RockStar, Grand Theft Auto.
Descubra agora em detalhes os motivos que levam Red Dead Redemption, diretamente à disputa do Melhor Jogo do Ano de 2010, o famoso GOTY:
Miseravelmente honrado
Os mestres do faroeste nas telonas se orgulhariam de Red Dead Redemption. Clint Eastwood, Sergio Leone e Valeri influenciaram Red Dead Redemption do começo ao fim, bem como todos os icônicos personagens do faroeste americano: mexicanos, foras-da-lei inescrupulosos, foras-de-lei de bom coração, prostitutas, padres, xerifes, capangas e etc… cada um deles com seu papel bem definido na história ou na narrativa das missões paralelas a principal.
Red Dead Redemption traz o faroeste americano do final do século XIX, época de invenções e o início dos novos tempos para os Estados Unidos. Os agentes federais, popularmente conhecidos como U.S. Marshalls, são a presença do governo americano nas selvagens terras antigamente dominadas por índios e hoje campo de batalha entre foras-da-lei. E aí começa nossa história de mocinhos e bandidos, que em Red Dead Redemption não são o que aparentam.
John Marston é um fora-da-lei. No passado saqueava bancos e trens, assassinava pessoas e tomava banho em whisky e sangue. Até que agentes federais ameaçam o maior lado humano de Marston: sua família, esposa e filho. O fora-da-lei é obrigado a viajar para a fronteira dos Estados Unidos com o México, trabalhando a favor da lei para capturar um antigo membro de sua gangue criminosa. Do passado Marston em nada se orgulha, e no decorrer da narrativa do enredo de Red Dead Redemption, você conhecerá profundamente a psiquê do personagem, que não hesita em miseravelmente derrarmar sangue de quem se impõe contra a salvação de sua família, mas revela-se honrado e regenerado a ponto de ajudar velhinhas e viajantes indefesos.
Contudo e embora John Marston siga uma narrativa pré-definida, o personagem vive sob o julgo de quem o controla, e você tem a palavra final em diversas situações do jogo. Se alguém pede ajuda para trazer a esposa de volta, cabe a você obrigá-la a voltar com palavras ou a espingarda. Se um pôster de “Procura-se” é colado na parede do Saloon, cabe a você decidir se traz o criminoso vivo ou morto. Aponte a arma para cidadãos e você terá confusão na cidade. Mate viajantes e sua honra diminuirá. Se você, por fim, decidir que Marston ainda é um fora-da-lei inescrupuloso, prepare-se para ser duelado a todo instante na cidade.
Onde o Sol dorme e a terra sangra
O primeiro contato que você tem com a parte técnica de Red Dead Redemption é promissor; são cut-scenes bem produzidas, com gráficos bonitos e ótimas animações faciais, com destaque para a movimentação dos lábios e a excelente dublagem. Logo a história inicial é contada, você começa a controlar Marston em um pacato vilarejo do sudoeste americano, onde vacas, galinhas e cavalos são mais comuns que pessoas. A paisagem da região sudoeste dos Estados Unidos foi recriada pela RockStar com fidelidade impressionante à realidade, palavras de quem já viveu em Austin e Dallas.
As planícies de Red Dead Redemption são bastante áridas e com solo pobre e rochoso, cedendo poucos lugares à agricultura, substituída pela pecuária. Existem rios, lagos e terrenos acidentados, os famosos canyons. E em todos os lugares há uma grande variedade de animais que incluem coelhos, tatus, coiotes, cães, ursos, veados, cavalos selvagens, mulas, águias, abutres e cobras.
Algo interessante em RDR é o efeito de draw distance que permite ao jogador ver detalhes do cenário a grandes distâncias. Cavalgando pelo cenário, você avistará as cidades quando os olhos do seu personagem puderem ver, e não quando a engine do jogo ou o vídeo-game puder processar, como normalmente é feito em outros jogos. A RockStar também recriou um dos mais importantes fatores de imersão do jogo, que são os ciclos de dia e noite e os ciclos lunares. Apertando Start, você verá um relógio a direita superior do menu, e a cada minuto que passa o céu e o horizonte se transformam, fazendo a passagem do dia para a noite e vice-versa perfeitamente perceptíveis.
O lindo pôr-do-sol e os céus estrelados de Red Dead Redemption ainda criam uma magia especial, sem contar as fases lunares que embora não sigam um calendário mensal, trazem um detalhe interessante ao jogo. O único porém que percebo, é que mesmo em noites de Lua Nova ou Lua Minguante, os cenários continuam claros a noite, uma falta, sem dúvida.
Red Dead Redemption ainda traz alguns detalhes interessantes em sua ambientação, como nos dias de chuva que quando você olha para cima, a tela fica cheia de pingos de chuva, sem contar que os cenários e personagens realmente parecem molhados e mudam de rotina nestes dias.
A RockStar também se preocupou em criar personagens com rostos realistas; são verrugas, cortes, marcas de expressão, olheiras, cicatrizes e outros detalhes que trazem a profundidade necessária aos personagens, que são muito bem modelados e animados. Até os cavalos que podem parecer secundários no jogo, receberam um tratamento de qualidade; eles são imponentes e tão importantes quanto suas armas.
Sons do far, faroeste.
Se as vozes do faroeste gritam suas verdades, as músicas não ficam nada atrás. A seleção de músicas da RockStar para Red Dead Redemption combinou perfeitamente com o clima do jogo; as planícies desérticas do Novo México convidam à cavalgada, o acampamento na penumbra da noite de Lua Nova transformam um dia de sangue e suor na mais bela poesia, e a luta de Marston por salvar sua família brinda os excelentes músicos que cantam sua história.
A trilha é composta em quase sua maioria pelo talento indiscutível da dupla Bill Elm e Woody Jackson. Ademais temos Jose Gonzales, Jamie Lidell, Ashtar Command e William Elliot Whitmore transformando os bons gráficos e diálogos do jogo em um verdadeiro filme interativo.
Os efeitos sonoros de Red Dead Redemption acompanham a excelência da dublagem e das músicas. Sempre repito em minhas análises que testo os jogos utilizando um fone de ouvido profissional para estúdio, que reproduz todas as frequências que os ouvidos humanos podem ouvir. Em Red Dead Redemption, o barulho do disparo de uma espingarda ecoa com todas as frequências pelos seus ouvidos no meio das cidades, o trote dos cavalos anunciam a chegada de mais inimigos com clareza e a distância das vozes é facilmente percebida.
Impecável.
Cada cabeça, a sua sentença
Em Red Dead Redemption, você decide. Decide quem vive, decide quem morre. Decide quem parte, decide quem fica. Decide cavalgar cavalos selvagens e para onde ir. Decide quanto apostar no pôker, decide o que vestir, onde morar e que arma utilizar.
Os controles do jogo são bastante semelhantes a Grand Theft Auto IV e funcionam muito bem. Talvez você possa ter algumas dificuldades iniciais para controlar seu cavalo, mas logo passam 30 minutos e você já é um peão de verdade. E peão que é peão, sabe como guiar seu cavalo: espores demais seu bom amigo e ele lhe derrubará no chão, force-o demais em corridas e ele cansará. Peão que é peão, também sabe que depois do cavalo, seus melhores amigos são feitos de ferro e aço, cospem balas e dormem no coldre. Em Red Dead Redemption há uma boa variedade de armas que incluem revólveres, pistolas, espingardas e escopetas de cano único e cano duplo, rifles, metralhadoras, coquetéis molotov, facas e punhos.
Ainda com as armas, a RockStar trouxe a ideia de câmera lenta do jogo Call of Juarez: Bound in Blood para Red Dead Redemption. Em RDR isso se chama Dead Eye e lhe permite, em câmera lenta, dar vários tiros em um curto espaço de tempo, extremamente importante em duelos ou tiroteios. Falando em tiroteios, em RDR eles são sensacionais; o jogo tem um simples e efetivo sistema de cobertura e os inimigos reagem de maneira distinta aos diferentes lugares do corpo em que são atingidos. Depois do cavalo e das armas, um terceiro importante pilar da jogabilidade é o seu laço; com ele você poderá fazer muitas coisas como domar cavalos selvagens, prender criminosos, amarrá-los e arrastá-los com seu cavalo ou então transportá-los na garupa do mesmo. Simplesmente sensacional.
O jogo ainda traz um interessante sistema de exploração que aliado a alguns detalhes realmente trazem a vida selvagem ao seu personagem. Explico: fora das cidades você tem a opção montar acampamentos onde você pode trocar de roupa, salvar o progresso e viajar para qualquer localidade já explorada. Além disso você pode caçar quaisquer animais para pegar a carne, a pele, penas ou chifres para vender como mercadorias nos mercados da cidade ou confeccionar roupas para você.
Estribo sem folgas
Red Dead Redemption praticamente não cede espaço às faltas. O jogo é bastante polido e o seu longo período de desenvolvimento acabou por preencher todas as lacunas que um projeto do tamanho de Red Dead Redemption poderia ter deixado.
O mundo no faroeste é muito mais do que apenas tiroteios e duelos ao som do sino. Em RDR isto é evidente já que você se envolverá em diferentes missões do cotidiano do interior. Caçar coiotes que comem as galinhas do rancho e coelhos que devoram as poucas plantações, procurar pessoas perdidas, pastorear as vacas, patrulhar durante a noite, adestrar cavalos, caçar animais, caçar tesouros e etc…
A RockStar também se preocupou em criar uma boa diversidade, trazendo diversos e diferentes inimigos para o jogo; brancos, negros, pardos, altos, baixos, gordos, magros, com chapéu, sem chapéu, com bigode, sem bigode, com cavalo e sem cavalo. E não são só os inimigos que mudam, os interiores das construções também são decorados de forma diferente e temos mais de 4 raças de cavalos que não diferenciam só no visual, alguns tem mais resistência para correr, outros menos (e você pode usar todos). Curiosa e compreensivelmente, não há crianças em Red Dead Redemption, possivelmente pelas questões polêmicas que seriam geradas diante da liberdade empregada no estilo do jogo.
Os detalhes de Red Dead Redemption dão ainda mais brilho ao jogo, como os buracos de balas nos corpos e a reação dos cavalos quando começa um tiroteio, que por sinal são violentos e mostram bastante sangue. Ainda há coisas menores e importantes na jogabilidade, como o fato de você assoviar para seu cavalo vir correndo até você, ou quando estás parado e a câmera mostra o cenário em várias tomadas panorâmicas.
Como todo jogo de mundo aberto, Red Dead Redemption não foge dos famosos glitches (travadas), erros na movimentação e na animação que podem incomodar um pouco os mais críticos. Embora não tão frequentes, os glitches em cavalgadas ou na hora de pular obstáculos com o cavalo aconteceram em alguns momentos do jogo, bem quando pulei de um telhado e o personagem só foi fazer o movimento de queda depois de 1 segundo já no chão. Os glitches no modo multiplayer (embora a RockStar já esteja corrigindo) são mais graves, fazendo braços, cavalos, armas e corpos inteiros ficarem invisíveis.
Foras-da-lei até o final
Se o incrível modo singleplayer não bastasse, Red Dead Redemption também traz um modo multiplayer completo para até 16 jogadores na mesma sessão. Tanto no modo cada um pra si e em times, há caixas espalhados pelos cenários com munição e armas extras e recargas de Dead-Eye, que no modo multiplayer não é em câmera lenta. Há também um sistema de níveis onde os jogadores poderão ganhar experiência e conseguir novos modelos de personagen, de armas e cavalos.
Além dos modos supracitados, RDR também traz o clássico Capture the Flag de diferentes maneiras: “Hold Your Own” é um modo que os jogadores precisam cuidar do saco de ouro do seu time, defendendo-o do time inimigo. Já o modo “Grab The Bag” é semelhante ao anterior, mas há apenas um saco de ouro em que os dois times precisam buscar. Por fim, o modo “Gold Rush” é uma espécie de Capture the Flag individual com diversos sacos de ouro espalhados pelos cenários.
Você ainda pode convidar seus amigos a andar livremente pelo mundo de Red Dead Redemption, formando grupos na mesma sessão de até oito jogadores e enfrentando gangues controladas pela máquina ou o grupo adversário, bem como caçar animais em grupos ou simplesmente praticar role-playing pelos cenários.
Conclusão
Red Dead Redemption é um clássico instantâneo e um dos melhores jogos desta geração; me atrevo a dizer que o jogo seja até melhor que Grand Theft Auto IV, mas como a exigência aumenta a medida que a geração avança, RDR pode ainda não ultrapassar seu irmão mais velho. Não que não mereça:
O jogo é excelente e praticamente impecável na parte técnica, trazendo ótimos gráficos, boas animações, magnífica dublagem e diversas opções de jogo que te farão passar algumas centenas de horas jogando. A campanha principal tem cerca de 25 horas que contam uma história envolvente, sem mencionar todas as missões secundárias e o modo multiplayer.
Faltas em RDR existem, como a impossibilidade de nadar nos belíssimos rios e lagos do jogo ou customizações de personagem no modo multiplayer. Além disso, há os glitches comuns em jogos sandbox e alguns bugs no modo multiplayer. Mas nada disso é capaz de interferir de verdade na fantástica experiência de ação e cultura que a RockStar trouxe ao mercado com Red Dead Redemption.
O jogo é uma viagem realista ao faroeste americano, divertindo o jogador, excitando-o com os combates e o fazendo admirar-se com esta importante passagem da história norte-americana, bem como dos cinemas e da literatura. O oeste nunca foi tão violento, envolvente e poético.
Os imperdoáveis serão aqueles que não jogarem Red Dead Redemption.
Mais & Menos
+ Imersão completa no faroeste
+ Diálogos e dublagens magníficas
+Enredo envolvente e nada cansativo
+Enredo envolvente e nada cansativo
+ Tiroteios e cavalgadas
+ Efeito replay alto
+ Efeito replay alto
- Pequenos bugs e faltas
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maio
Mto massa o teu blog *-*
Posted on 30 de maio de 2010 às 03:00
Muito Obrigado, amigo :D
Continue acompanhando ;)
Posted on 31 de maio de 2010 às 17:28
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