Iron Man 2 – Review

Postado por T.o domingo, 30 de maio de 2010


Produtora: SEGA Studio USA Distribuidora: SEGA Gênero: Ação/Aventura
Plataformas: PS3 (versão analisada), Xbox 360


Sim é melhor que o primeiro. Mas não o suficiente.
Muitos ficaram frustrados com a primeira adaptação para os videogames do filme Homem de Ferro. Um personagem com tanto potencial para um videogame foi desperdiçado em um jogo que te frustrava freqüentemente.


A própria Sega ouviu as reclamações e, para o segundo jogo, era esperada uma grande evolução. Afinal a base já estava pronta, a mesma equipe poderia refinar as idéias que foram mal executadas no primeiro jogo, os controles e as missões. E não é que isso não tenha sido feito. O jogo é sim melhor que o primeiro, mas não a ponto de, digamos, fazer valer o seu dinheiro.

História


Os produtores optaram por não adaptar a história do filme, o que limitaria a criação de conteúdo e já se mostrou um erro comum em jogos licenciados de filmes. Ao invés disso, Iron Man 2 se passa após os eventos do filme, quando vilões tentam roubar o Jarvis (no filme, a inteligência artificial que conversa o tempo todo com Tony Stark, auxiliando-o). O objetivo é criar um robô gigante, Ultimo, que pode se regenerar. Não, você não lutará com Mickey Rourke como o vilão Whiplash.
A idéia, apesar de boa, é mal aproveitada, afinal de que adianta criar uma história original afim de não se prender ao filme, se você quase não utiliza personagens das histórias em quadrinhos? Ao contrário de outros jogos de super heróis, onde encontramos toda uma galeria de vilões, fora participações especiais de outros personagens, aqui você enfrentará apenas dois super-vilões clássicos do herói. A campanha tem uma história simples e curta, um jogador médio levará cerca de 6 horas para passar pelos oito capítulos do jogo e a batalha final com o último chefe. Muito curto para um jogo que não oferece modos online, nem conteúdo extra. Mas por outro lado, 6 horas talvez seja tempo suficiente para você não enjoar do jogo.

Jogabilidade


A Sega melhorou muito os controles e a jogabilidade geral em relação ao primeiro Iron Man. Ao contrário do jogo anterior, em que cada aspecto da jogabilidade era frustrante, aqui controlar o “Ferroso” é o que você espera quando imagina estar vestindo uma super armadura de combate com raios repulsores, mísseis e super força. Podendo controlar tanto Homem de Ferro quanto Máquina de Combate (você pode escolher com qual jogar a maioria das missões), você consegue sentir o poder do armamento em suas mãos. Poder voar a qualquer momento também ajuda a tornar a experiência mais divertida, e acrescenta opções à jogabilidade. Alguns problemas nos controles de vôo e  com o sistema de mira incomodam um pouco no início, mas é questão de costume.
Okay, você tem muitos poderes e habilidades à sua disposição, mas o que fazer com eles se os inimigos são burros como uma porta. Fazer sucata de robôs é sempre muito legal, assim como disparar raios e mísseis. Mas a inteligência artificial dos inimigos é terrível e por mais que seja divertido sair quebrando tudo, torna-se extremamente repetitivo se não lhe é oferecido nenhum desafio.

O jogo oferece um sistema de upgrade e combinações de armas, o que adiciona uma certa variedade. Além disso, você pode escolher jogar como Homem de Ferro (com várias versões da armadura) ou Máquina de Combate. Com o sistema upgrades, você pode melhorar suas armas, adquirir novos combos etc. A moeda do jogo são os Field Data Points, que você ganha conforme avança pelas missões.
A idéia poderia funcionar e adicionar alguma estratégia ao jogo, mas claramente foi mal executada. Novamente o fato do jogo não apresentar quase nenhum desafio atrapalha. Afinal, pra que aperfeiçoar suas armas e combate, testar combinações novas etc. se é possível fechar o jogo tranquilamente após mexer umas duas vezes com seu personagem?
Como fã de histórias em quadrinhos e do Homem de Ferro, eu consegui tirar alguma diversão do jogo. Afinal, poder assumir o papel dos seus heróis favoritos é o desejo de qualquer fã. Mas isso não é o suficiente para fazer um bom jogo. E quanto àqueles que não são exatamente fãs, aquelas pessoas que acabaram de sair do cinema e procuram estender a experiência do filme no jogo? Provavelmente irão se decepcionar, principalmente aqueles não acostumados com videogames.

Gráficos


Os gráficos do jogo são decentes à primeira vista. Mas a falta de esmero e a pressa para lançar o jogo ficam claras quando você presta mais atenção. Vários problemas técnicos assolam o jogo: texturas borradas, que surgem repentinamente quando você se aproxima (o famoso pop in) e, principalmente, os modelos dos personagens. A modelagem dos rostos, baseada nos atores, é terrível, parece falsa e sem vida. Por sorte, você não verá muitos rostos durante a jogatina, já que a maior parte dos inimigos que você irá encontrar são tanques, helicópteros e robôs.
Os modelos dos personagens principais apresentam problemas nas texturas, lembrando jogos da geração passada. Apesar das várias opções de armadura, a experiência é um pouco diminuída quando você de perto seu personagem.

Conclusão


Iron Man 2 representa mais uma chance desperdiçada de fazer um bom jogo com o personagem. Como na foto acima, Tony Stark carrega o peso das adaptações para videogame. Um tempo maior de produção faria muito bem a esse jogo, já que ele tem boas idéias, mas todas acabam desperdiçadas por outros problemas na fórmula. As produtoras já deveriam ter aprendido como trabalhar com produtos licenciados a essa altura, principalmente depois do trabalho da Rocksteady com Batman: Arkham Asylum. Resta-nos esperar que as produtoras entendam isso, não ajuda o fato de muitos comprarem os jogos pelo nome da franquia. Assim, mais e mais jogos baseados em personagens e histórias de outras mídias serão abortados.

Mais & Menos

+ Controles e combate melhorados
+ Sistema de upgrade
- Gráficos ruins
- Inimigos burros
- Repetição
- Jogo curto (o que, nesse caso, talvez não seja algo ruim)

0 comentários

Postar um comentário